Equipe da APA monta observatório do eclipse da superlua em Matureia e mais 5 cidades da PB
Quem tiver a curiosidade de observar o eclipse da chamada superlua que acontece neste domingo (27) poderá ir a um dos seis pontos instalados pela Associação Paraibana de Astronomia (APA). Na região de Patos, os equipamentos serão instalados no Casarão do Jabre, na zona rural do município de Maturéia, na serra do Teixeira.
Além de Maturéia, serão disponibilizados telescópios para observações na capital, João Pessoa, na Estação Cabo Branco; em Guarabira, na Praça Lima e Moura; em Picuí, na Praça João Pessoa; em Taperoá, no Cais da Ponte Velha; e em Princesa Isabel, na Praça da Matriz.
Marcelo Zurita, membro da APA, informou os ‘observatórios’ estarão abertos a partir das 21h. O eclipse da superlua acontece a partir das 22h07 do domingo e vai até a 01h27 da segunda-feira. Marcelo, no entanto, adiantou que o evento estará sujeito às condições meteorológicas da noite.
O astrônomo explicou que o eclipse da superlua deste domingo será total e coincidirá com operigeu lunar, conhecido como superlua. O perigeu lunar, conforme Marcelo, ocorre quando a lua está mais próxima da Terra, a 362.600 Km daqui. Já o contrário, ou seja, quando a lua está mais distante, a 405.400 km, o fenômeno é denominado de apogeu lunar.
“Quando a lua está próxima do perigeu, ela é vista 14% maior do que quando está no apogeu, por isso é chamada de superlua. E isso ocorre em média três vezes ao ano”, revelou.
Quanto ao eclipse da superlua, Marcelo explicou que ele é um fenômeno mais raro e acontece 16 vezes em cem anos. “Os eclipses lunares comuns acontecem duas vezes por ano”, acrescentou.
Durante um eclipse total, a lua torna-se escura e avermelhada, por isso também é chamada de ‘lua de sangue’. A coloração ocorre porque , mesmo encoberta pela sombra da Terra, a lua ainda recebe alguns raios de sol refratados pela atmosfera terreste.
“Isso acontece também quando vemos o céu avermelhado depois do pôr do sol. Se alguém pudesse estar na lua no momento do eclipse, exergaria um círculo vermelho ao redor da Terra”, contou.
Para Marcelo, além de ser mais uma grande oportunidade de divulgação da astronomia no Estado da Paraíba, o diretor técnico-científico da APA, Marcos Jerônimo, irá fazer registros científicos do fenômeno e registrará o horário exato da passagem da sombra da Terra por algumas crateras da superfície lunar.
Histórico
Durante muito tempo, mitos foram associados aos eclipses por falta de conhecimento sobre os fenômenos. Eles eram associados à ocorrência de tragédias e catástrofes.
“Era como se se algo imprevisível ocorresse no céu, algo também imprevisível ocorreria na Terra, mas a partir do momento que evoluímos o conhecimento astronômico, passamos a ter capacidade de prever esses eclipses e perceber que eram fenômenos normais e naturais”, explicou Marcelo.
“Os fenômenos ajudaram o grego Hiparco a medir a distância entre a Terra e a lua com precisão impressionante dois séculos antes de Cristo”, completou.
Marcelo disse que, atualmente, “a observação da coloração da lua durante um eclipse permite que sejam analisados, de forma indireta, a cobertura de nuvens e a poluição atmosférica global”. Ele disse, ainda, que é também o melhor momento para monitorar impactos de meteoróides na superfície da lua e, “mais do que isso, é uma excelente oportunidade para divulgação da astronomia e da ciência como um todo”.
Luciana Lopes Rodrigues
Edição: Jozivan Antero - Patosonline