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Justiça

Procurador da República diz que investigações das operações continuam na cidade de Patos

08/03/2016 às 08:03

Convidado para discutir o tema corrupção, o Procurador da República em Patos, Dr. João Raphael, fez uma abordagem por diversos aspectos de um dos males que afligem a sociedade que cobra medidas duras para combater os desvios de recursos públicos gerados pela corrupção. A entrevista foi concedida ao programa Polêmica, levado ao ar pela Rádio Espinharas nesta segunda-feira, dia 07, das 18 às 19h00.

Perguntado sobre a dificuldade de se combater a corrupção, Dr. João Raphael disse que infelizmente o que se observa é muita dificuldade para punir culpados pelos desvios do dinheiro público devido à legislação vigente. Para o Procurador, o crime acaba compensando para os que roubam o dinheiro público, porém tem se percebido que a sociedade tem se posicionado para ajudar no combate. “A nação não aguenta mais ser roubada, não aguenta mais, enfim, ter os cofres dilapidados dia a dia pelas pessoas que ao invés de fazer a política para o povo fazem para si mesmo”, relata.

 

Sobre a Operação Dom Bosco:

 

“A Operação Dom Bosco, que tratou de um esquema de fraude licitatório que ocorria tanto aqui na cidade de Patos quanto em vários outros municípios da região, ela foi deflagrada e nós obtivemos uma série de documentos, além de mídia, de computadores, celulares, e atualmente estamos na fase de análise desse material. O fato é que, infelizmente, a Operação Dom Bosco não é o único foco do Ministério Público Federal na região. Infelizmente a corrupção está nos mais diversos segmentos, nos mais diversos contratos, nos mais diversos municípios...o que eu posso dizer é que o material ainda está sendo analisado. O esquema da Dom Bosco já está muito bem mapeado”, relata Dr. João.

Dr. João Raphael disse que os recursos que vem para os municípios são suficientes, o problema é que os gestores têm levado para casa, se referindo aos desvios do dinheiro que acontece pelos representantes públicos. O Procurador foi incisivo em afirmar que o povo tem que contribuir no combate a corrupção, pois nas eleições se tem visto a compra de votos por parte de candidatos que acabam sendo eleitos.

“...o dinheiro que não chega para merenda, o dinheiro que não chega pro saneamento básico, o dinheiro que não chega para o hospital, o dinheiro que não chega pro remédio, ele faz com que as pessoas que não tem o acesso a merenda na escola, que não tem acesso a uma boa creche, que não tem acesso a uma saúde básica faz com que essas pessoas se marginalizem...”, comenta Dr. João se referindo ao que gera a criminalidade.

O Procurador também respondeu ouvintes e falou sobre o contexto social que tem levado ao próprio povo a apoiar corruptos e ter atitudes que desabonam a boa conduta de cidadania.“Devemos agir sempre dizendo não a corrupção não mínimas coisas, isso vale para o voto no dia das eleições”, desabafou Dr. João Raphael que disse: “Como se pode reclamar da corrupção que se vê na televisão, como se pode reclamar da creche que não está pronta...se os políticos são eleitos por boa parte dos cidadãos que venderam seu voto!?”, indaga o Procurador.

 

 

Por Jozivan Antero – Patosonline.com

 

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