Esperança: há mais de dois meses em tratamento, Marcos Pioleiro diz que está se recuperando e manda mensagem em vídeo!
Mudança de vida. Esse foi o objetivo de Marcos da Silva Araújo, de 46 anos, conhecido em Patos como 'Marcos Pioleiro' quando deixou as ruas da cidade para tentar uma recuperação no Espaço Inocêncio Poggi do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, na capital Paraibana.
A saída foi difícil pois Marcos já vivia há quase 30 anos perambulando pelas ruas. Ele dormia em um colchão na garagem da Rádio Espinharas e vivia a pedir comida e dinheiro para alimentar a si e ao vício do consumo de drogas, principalmente o crack.
Várias tentativas foram feitas para ele ficar em casa ou em instituições de recuperação para dependentes químicos. A última foi a fazenda da Esperança, coordenada pela Igreja Católica de Patos, localizada no município de Condado, de onde Marcos fugiu cerca de 8 dias após a internação.
Em janeiro veio a decisão da Comarca de Patos, que determinou que ele fosse internado compulsoriamente para fazer o tratamento contra o vício das drogas. O pedido de internamento compulsório para Marcos à Justiça foi feito pelo Centro Pop de Patos, instituição do município em parceria com o governo Federal que dá apoio a pessoas em situação de rua.
Na manhã de sábado, dia 20 de janeiro, com uma ordem judicial a cumprir, uma ambulância do Samu de Patos veio à procura do paciente e, com a ajuda da mãe, Maria da Guia, e do padrasto, Elias Barros, conseguiu localizá-lo em frente ao Banco do Brasil, no Centro da Cidade.
Relutante em deixar as ruas e a vida com o vício, Marcos foi levado coercitivamente pela Polícia Militar para dentro da ambulância do Samu e partiu para a Capital.
Apesar de toda difuldade para levá-lo, como conta a mãe dele, Marcos chegou ao Juliano Moreira tranquilo. No primeiro momento, chorou e pediu para que dona Maria da Guia não o deixasse lá. Mas em poucos dias, essa tristeza foi dando lugar à satisfação de contar com o tratamento humanitário que encontrou no Espaço Inocêncio Poggi, ala destinada a tratamento de dependentes químicos daquela unidade psiquiátrica.
De acordo com ele, os profissionais, os servidores e voluntários o tratam muito bem e o ajudaram muito no período crítico de abstenção das drogas.
Dois meses e meio depois da internação, Marcos diz que já se sente uma outra pessoa. "Quero me recuperar para voltar para minha cidade e meus amigos", diz confiante.
Em uma das visitas mensais que recebe da mãe, dona Maria da Guia, Marcos mandou através dela, mensagem aos amigos da cidade de Patos.
Por Luciana Rodrigues - Portalpatos