Cães estão em situação de risco e condições precárias no galpão da APPA, em Patos
A Associação Patoense de Proteção aos Animais (APPA) tem enfrentado inúmeras dificuldades para dar vencimento ao número alarmante de cães que atualmente ocupam o galpão construído pela entidade vizinho a antiga Escola Agrícola do Município, Bairro Alto da Tobiba, vizinho ao Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), saída para Teixeira, em Patos.
A quantidade de cães já está foram de controle. Eles estão em diversos espaços além do galpão da APPA. Ocupam salas onde funcionou o Projeto de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e também cômodos da antiga Escola Agrícola. Cães feridos, doentes, pequenos, grandes... estão enclausurados e sem destinação para retomar a vida em um lar.
A reportagem do Patosonline.com visitou o local onde estão abrigados cães e também gatos. O matagal está em quase todos os espaços e sacos de fezes se avolumam em alguns pontos próximos dos animais. O local está sem energia elétrica devido a problemas ainda não solucionados que podem ter sido ocasionados por vandalismo.
A única funcionária remunerada do espaço da APPA prestou algumas informações. Ela relatou que cuida sozinha do local com muitas dificuldades, pois a cada dia surgem novos cães abandonados nas imediações ou mesmo deixados dentro do espaço da APPA. “A maior dificuldade aqui é a questão do voluntário que não tem quase nada e a questão da alimentação que é pouca. A gente tem que se virar para poder conseguir tudo, para manter. Muita gente abandona animais aqui, cadelas prenhas, filhotes. Não tem mais capacidade de receber animais aqui não!”, relata Gabriele Mendes.
O médico veterinário Dr. Leonardo Torres foi procurado pela reportagem para explicar de forma técnica a situação vivida na APPA pelos cães. De acordo com Dr. Leonardo, o confinamento de cães, gatos ou outras espécies levam a mudanças de comportamento, sendo com tendência a ficarem depressivos ou agressivos. “No comportamento agressivo os animais começam a se mutilarem, a atacar os outros, a atacar seres humanos, mesmo tendo sido presos com a índole mansa, mas dependendo do tempo de confinamento eles mudam esse comportamento. Outros desenvolvem a coprofagia, que é quando eles mesmos comem próprias fezes e de outros animais. Outros começam a ter dermatites psicogênicas onde se mordem e chegam a arrancar pedações deles mesmo devido ao confinamento”, relata Dr. Leonardo que defende a criação de um Centro de Controle de Zoonoses.
Em relação às fezes dos animais, Dr. Leonardo disse que essas são nocivas a saúde dos próprios animais e também dos seres humanos. O médico veterinário se mostrou extremamente preocupado com a situação da grande quantidade de animais que estão pelas ruas de Patos e que podem causar problemas graves a saúde da população e dos próprios animais.
Por Jozivan Antero – Patosonline.com