Desde o anúncio de que a Escola Estadual de Ensino Médio Monsenhor Manuel Vieira (CEPA) seria transformada no projeto Escola Cidadã, está havendo resistência à ideia por parte da comunidade escolar. Na manhã desta quarta-feira, dia 30, estudantes, professores e a direção da escola saíram em caminhada em forma de protesto pelas ruas da cidade de Patos até a sede da 6ª Gerência Regional de Educação (6ª GRE).

A comunidade do CEPA alega que o projeto do Governo do Estado da Paraíba está sendo imposto sem uma discussão mais ampla e sem levar em conta a falta de infraestrutura enfrentada pela escola. O projeto Escola Cidadã deixará em tempo integral o ensino. O estudante ingressará às 07h00 e ficará até às 17h00.

A Secretaria de Educação do Estado da Paraíba deseja que o CEPA já comece a funcionar em fevereiro de 2017 como escola em tempo integral sendo o projeto piloto. Os estudantes argumentam que salas de aula sem ar-condicionado, banheiros inadequados para banho, quadra poliesportiva deteriorada, refeitório precário e sem espaço, além de outros problemas, tornarão o projeto inviável.

Após a manifestação, os professores e estudantes se reuniram com o gerente da 6ª GRE, Carlos Gabi. O encontro aconteceu no auditório e o clima ficou tenso em alguns momentos, pois os argumentos dos estudantes são de não aceitar a implantação do projeto que poderá ter perda professores devido a carga horária e de estudantes por ocasião da quantidade exigida.

Carlos Gabi disse durante entrevista que foi agredido verbalmente por parte de alguns presentes e que descobriu que houve manipulação dos jovens. Perguntado sobre os questionamentos de falta de estrutura, Gabí relatou que já foi feito uma planilha para se resolver a falta de infraestrutura e que deve ser resolvido no final de 2017. Sobre a possiblidade de saída de professores, o gerente comentou que poderá ocorrer devido à falta de condições de alguns, mas que estes serão removidos para outras unidades escolares. Sobre a saída de estudantes, Gabí argumentou que existem outras escolas que podem receber os que não quiserem ficar no modelo de escola regular e não queiram a integral.

Para a professora Tânia Bezerra, diretora do CEPA, a posição da escola é de estar ao lado dos professores e dos estudantes, mas resta saber se os apelos feitos para a Secretaria de Educação do Estado serão atendidos, pois atualmente não existe as condições de atender ao projeto como ele exige.

Por Jozivan Antero – Patosonline.com

OUÇA entrevistas com Carlos Gabi, Tânia Bezerra, Fabivânia Ferreira e com estudantes: