Com a ajuda do Campinense, Auto consegue repatriar direitos de Bilica
O Auto Esporte está bem perto de poder contar com o zagueiro Fábio Bilica no elenco que está disputando o Campeonato Paraibano de 2017. Mas, para isto, precisou de uma providencial ajuda do Campinense, rival na mesma competição, mas que desta vez atuou como uma espécie de parceiro. A questão é que o Auto não tem o sistema da Fifa utilizado para transferências internacionais de jogadores (que é o caso de Bilica, cujo último clube tinha sido da Turquia) e contou com a intermediação da Raposa para poder repatriar os direitos federativos do jogador.
A explicação é simples. O TMS (Sistema do Mercado de Transferências, na sigla em inglês) é um programa de internet onde se processa todas as transferências internacionais do futebol mundial. E qualquer clube do mundo pode possuí-lo. Mas Carlinhos Marques, do Setor de Registros da Federação Paraibana de Futebol, destaca que para possuí-lo existem custos que nem todos os clubes estão dispostos a pagar.
- Os clubes precisam, por exemplo, custear um funcionário para fazer um curso em inglês ou em espanhol sobre o TMS. Os clubes menores, assim, acabam não tendo o sistema, por não ter como honrar os gastos e pelo fato de transferências internacionais não serem uma realidade tão frequente.
A saída, portanto, é utilizar um clube que tenha o TMS. Que, no caso da Paraíba, se restringe ao Campinense, ao Botafogo-PB e ao CSP. Destes, o Rubro-Negro aceitou colaborar com o Auto. No fim das contas, tudo não passa de um ritual burocrático. A Raposa pede em seu nome a transferência do jogador e, quando este aparece no Boletim Informativo Diário da CBF como atleta do Campinense, o clube cancela o contrato. É a partir daí que o Auto Esporte contrata o jogador, desta vez usando o sistema de transferência nacional, que o clube possui.
Fábio Bilica foi "contratado" pelo Campinense e recebeu a rescisão logo depois (Foto: Reprodução / BID)
Carlinhos Marques explica que tudo não passa de uma ajuda entre clubes:
- Os maiores deixam a rivalidade de lado e fazem este favor aos menores – resume.
Dorgival Pereira, supervisor de futebol do Campinense, confirma a ajuda. E explica que é apenas uma forma de viabilizar as transferências dos clubes que não possuem o TMS, já que não existem gastos para transferências internacionais.
- Não há custos para nós. O jogador não é nosso. A gente faz o pedido de transferência e em seguida libera o jogador, algo que é previamente acordado. É neste segundo momento que o Auto Esporte entra para pagar as taxas necessárias, para CBF, FPF e Federação das Associações de Atletas Profissionais.
Por Phelipe Caldas
Globoesporte - João Pessoa