Em Patos: Donos de farmácias continuam repudiando regra da Anvisa
Alguns proprietários de farmácias da cidade de Patos não estão nada satisfeitos com a regra da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que obriga a retenção da receita na compra de antibióticos.
Como acontece com a comercialização de medicamentos da tarja preta, uma via do receituário fica retida na farmácia.
A nova regra entrou em vigor no dia 28 de novembro, objetivando frear o uso indiscriminado dos medicamentos ou a chamada automedicação.
A reportagem da Rádio Espinharas foi as ruas e ouviu tanto a população quanto donos de farmácias que opinaram sobre a regra em vigor.
Na opinião da maioria dos donos de farmácias, a intenção da Anvisa é boa, no entanto não condiz com a realidade. Segundo eles, boa parte da população tem dificuldades no acesso a médicos quando de suas consultas, situação que reflete também na hora da indicação que necessita da emissão do receituário médico.
No aspecto comercial, as restrições na venda dos remédios afetam diretamente as finanças do setor já que os antibióticos respondem por 20% da venda de medicamentos em Patos.
De acordo com Zé Claudino (foto), um dos proprietários de farmácia cujo estabelecimento comercial está localizado no Mercado Público, a exigência tem afetado as vendas embora a determinação tenha sido cumprida.
“Embora todas as farmácias estejam obrigadas a cumprir a determinação, o fato já tem causado prejuízos a comerciantes e clientes” lembrou Zé Claudino.
Para alguns populares, como dona Estela, 45 anos, que costumeiramente utiliza-se do antibiótico amoxicilína,
"Ficou pior a situação, porque será mais difícil comprar o medicamento. Para comprar o remédio que costumeiramente uso nas precisões, serei obrigada a pegar fila em busca de uma receita médica", lamentou ela que reside em Malta.
Já o aposentado Miguel Alves, 59, acredita que a resolução não vai evitar a automedicação, “Por enquanto é só mais uma medida que repercute no pais e logo será esquecida”.
Em Patos, a exemplo das demais cidades, a resolução que evita combater a automedicação tem dividido opiniões, principalmente de quem é consciente de que utilizar remédios indiscriminados acaba sendo uma atividade perigosa.
Um proprietário de farmácia local defendeu a regra aplicada pela Anvisa, lembrando que a automedicação pode levar a problemas graves de saúde.
"Muita gente nem sabe, mas pra se ter uma idéia se usado em grandes quantidades, o simples Paracetamol pode causar problemas no fígado. Já a Dipirona que é muito solicitada causa queda de pressão e alterações na constituição sanguínea. Um antibiótico usado sem necessidade faz com que as bactérias fiquem resistentes ao tratamento", explicou um farmacêutico local que pediu pra não ser identificado pela reportagem da Espinharas.
Da redação: Marcelino Neto