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Novas regras do governo pra saúde pode ser um dos maiores motivos da paralisação em Patos

27/04/2011 às 12:04

A reunião que aconteceu nesta terça-feira, dia 26, entre os médicos de Patos e o secretário de saúde do estado da Paraíba, Waldson de Souza trouxe mais revelações sobre os entraves para se chegar ao fim da paralisação. As negociações já duram mais de 80 dias e culminou com a entrega de plantões nos hospitais de Patos por parte dos médicos, o que tem causado caos no atendimento.

Os ânimos estavam exaltados durante a reunião acontecida no 6º Núcleo Regional de Saúde e pelo andar das negociações o movimento pode perdurar mais alguns dias até que todas as exigências dos médicos sejam atendidas, ou pelo menos a mais debatida: isonomia de valores dos plantões. Toda a reunião com os médicos aconteceu a portas fechadas e a imprensa não teve acesso aos detalhes das discussões ocorridas.

A mudança de regras nos hospitais de Patos pode ter sido um dos estopins da paralisação, além é claro da equiparação nos plantões exigida pelos médicos. O governo definiu que o Hospital Regional de Patos não pode mais cobrar pelos apartamentos e tem novas regras para cirurgias particulares que aconteciam através de convênios dentro do Hospital Regional de Patos. Em muitos casos os médicos utilizavam a estrutura do hospital público para cirurgias particulares. O governo está mudando as regras para esse tipo de procedimento. Agora o Hospital Regional de Patos é 100% SUS de acordo com informações.

A paralisação dos médicos afeta diretamente um dos maiores bens do homem, ou seja, sua própria vida. Os maiores prejudicados são os pobres que não tem a quem recorrer a não ser aos hospitais públicos do país que já não oferecem, mesmo antes da paralisação, um atendimento digno e como recomenda a Constituição Federal do Brasil.

“...Nós não estamos pactuando só valor de plantão aqui. Nós estamos pactuando cumprimento de carga horária, pactuando qualidade no atendimento, a gente não vai mais aceitar nenhum tipo de profissional médico descumprindo carga horária em plantão, tendo dois na porta de urgência e só aparecendo um. Isso acabou! Faz parte dessa negociação”, disse Waldson de Souza.

 “Havia médico que estava de sobreaviso, recebendo e não atuava. Acabou esse movimento de reclamar só por salários, e nós estamos trazendo uma negociação justa, mas a gente também quer a contrapartida”, comentou Waldson de Souza e continuou: “A carga horária tem que ser cumprida a todo custo. A direção do Hospital tem que cobrar sobre isso”.

O médico Jânio Rolim (foto em destaque), presidente da Cooperativa Médica do Sertão Paraibano disse: “O ponto que está travando essa discussão é a disparidade de valores dos hospitais. O secretário apresentou valores diferenciados para o Hospital Regional, Maternidade e Infantil, nós queremos isonomia salarial. Se é isonomia salarial nós não podemos aceitar a diferenciação nos valores recebidos. O movimento continua, não há retrocesso na questão da paralisação”.

A categoria dos médicos está unida na defesa de suas reivindicações. O governo está negociando com uma das categorias mais poderosas do estado, pois lida diretamente com vidas no momento de mais fragilidade e impotência, ou seja, na doença. A população está torcendo pelo fim do impasse e do bom senso de ambos os lados.

  

 Jozivan Antero – patosonline.com

Postada por: Marcelino Neto

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