O estado do técnico Ricardo Gomes é grave. De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital Pasteur, para onde o comandante vascaíno foi levado após se sentir mal à beira do gramado durante o clássico contra o Flamengo, neste domingo, Gomes sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico, está sedado e respirando com ajuda de aparelhos.

Um neurocirurgião foi acionado para operar o treinador, em um procedimento que teve início por volta das 20 horas e deve durar cerca de 180 minutos. O médico do Vasco, Clovis Munhoz, que chegou ao hospital momentos após o clássico acompanhado do meia Felipe, elogiou a rapidez na retirada do paciente do estádio e não entrou em detalhes sobre possíveis sequelas.

"No estádio, ele estava com um pouquinho de dificuldade do lado direito, mas nada que pudesse ser bem avaliado. Nossa preocupação era trazê-lo imediatamente para o hospital, porque sabíamos que se tratava de algo cerebral. O importante agora é o tratamento de emergência a que ele está sendo submetido. Ele tem um hematoma, precisa ser solucionado", disse Munhoz, que suspeitava de um quadro menos grave, de isquemia leve, que não se confirmou.

Em fevereiro do ano passado, quando dirigia o São Paulo, Gomes sofreu um princípio de AVC. Clovis Munhoz acredita que o antigo problema não tem relação com o novo quadro.

"Vou falar pela última vez, porque já respondi isso 55 vezes. O que o Ricardo teve quando estava no São Paulo foi uma cefaleia, uma dor de cabeça forte. Ele mesmo me disse há muito tempo que não tinha mais problema nenhum. Não têm relação alguma".

À época do primeiro susto, o então superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha (que é médico), acompanhou de perto a evolução de Gomes. A reportagem da GE.Net entrou em contato com ele, que não descarta a possibilidade de haver relação entre os problemas, mas garante que não houve falhas no processo de acompanhamento médico depois do pequeno sangramento que o técnico teve há um ano e seis meses.

"Foi o melhor possível. Ele estava 100% bem, tanto que estava trabalhando hoje sem nenhum sintoma. Essas coisas não avisam", declarou Marco Aurélio, que mostrou-se preocupado e afirmou ter tentado contato com o departamento médico do Vasco.

"Não dá para falar sem saber o quadro clínico. Você pode ter um AVC grave, um muito grave ou um que amanhã o cara já está bem. Mas se ele vai ser operado é porque a proporção é maior", completou.

Fonte: Gazeta esportiva