NO AR
Gerais

Uma história fascinante e triste: vivendo de favores, dona Terezinha pede ajuda aos patoenses

30/10/2011 às 13:10

Há cerca de 20 dias, a senhora Terezinha Aparecida da Silva, 48 anos, está vivendo de favores e dormindo no chão nos postos de abastecimento de combustíveis de Patos. Durante o dia, seu ponto de apoio é a Praça da Igreja de Nossa Senhora de Fátima no Bairro Belo Horizonte onde recebe ajuda para comprar comida. A reportagem conversou demoradamente com dona Terezinha para entender sua história de abandono, persistência, esperança e preconceito racial.

A história começa em Cabo Verde, pequeno país africano composto de ilhas no Oceano Atlântico onde dona Terezinha nasceu. Ainda criança, dona Terezinha veio com seus irmãos e avós para o Brasil para trabalhar nas fazendas de Cuiabá no Mato Grosso do Sul onde trabalharam ganhando salários miseráveis. Em Cuiabá, Terezinha teve quatro filhos que na adolescência saíram para buscar melhorias indo morar em Natal – Rio Grande do Norte. Dona Terezinha confessa que o contato com os filhos foi muito pouco, mas eles viviam em Natal em endereço que ela sabia. O marido também foi embora para uma pequena cidade que fica na fronteira entre Brasil e Bolívia, mas dona Terezinha não tem certeza disso. Os avós morreram.

Sem contato com a família, passando dificuldade, e ainda para piorar demitida da fazenda em Cuiabá, Dona Terezinha em companhia de José Luiz da Silva que também foi demitido da fazenda, resolve ir embora a busca dos filhos. Ao chegar a Natal uma surpresa: os filhos foram embora sem deixar contato. Desesperada e sem ter com quem contar, sem recursos financeiros e o companheiro de viagem na mesma situação, Dona Terezinha resolver sair em busca da família que ela acreditar estar junto ao seu marido em uma cidade entre a fronteira de Brasil e Bolívia.

Sem recursos para seguir viagem, sofrendo preconceito racial com seu companheiro e sem saber por onde começar a peregrinação, Dona Terezinha segue as rodovias federais pedindo carona em busca do sonho de achar os familiares. Na jornada que tem novo início em Natal – RN vai parar em Picos – PI. Sem conseguir carona os amigos resolvem ir a pé seguindo as rodovias, pedindo ajuda para comer e dormindo ao relento em locais diversos. Depois de longas jornadas entre carona e andando a pé os dois chegam a Pombal – PB. Em Pombal o companheiro de Dona Terezinha apresenta distúrbios mentais e fraqueza pela qual tem que ser internado no hospital local. Dona Terezinha sai para pedir ajuda. Ao voltar horas depois o amigo não está mais no hospital: É o fim do contato.

Com essa história fascinante e triste Dona Terezinha chega à cidade de Patos. Os traços são de sofrimento, dor e confusão de quem precisa de ajuda. Aonde ela quer chegar já não é o principal nesse momento. O importante é que os patoenses e suas autoridades constituídas ajudem a essa cidadã.

 

 

Fonte: Jozivan Antero – patosonline.com

Postada por Higo de Figueirêdo

Comentários

© 2011 - 2025. Radio Espinharas - Todos os direitos reservados.