A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) conseguiu expor a Seleção Brasileira ao ridículo. A tendência de fazer amistosos contra seleções inexpressivas e em países exóticos, colocou a equipe pentacampeã mundial em situações constrangedoras nesta quinta-feira. Até houve futebol e o Brasil derrotou o Gabão por 2 a 0.

A começar pelo estádio com gramado digno de várzea, piorado pela forte chuva que caía em Libreville. O estado do campo inclusive merece um capítulo à parte. Havia valas, denotando um terreno desnivelado. Várias falhas na lateral direita, em pontos inclusive sem grama. Um risco para jogadores que semanalmente atuam nos melhores campos do mundo na Europa.

Porém o circo montado no Estádio D'Angondjé, que por sinal estava sendo inaugurado, apenas começava. Os jogadores das duas seleções entraram com bastante antecedência e tiveram que esperar debaixo de chuva pelo presidente gabonês, Ali Bongo.

A festa para o mandatário estava completa. Sorridente, apertou a mão de jogador por jogador. Os brasileiros foram apresentados pelo assessor de imprensa Rodrigo Paiva que, de terno, poderia ser confundido com um alto dirigente da CBF.

Tudo pronto e eis que se fez as trevas no estádio de Libreville. Um apagão atrasou em 18 minutos o início do jogo. A inauguração do estádio, que foi construído com capital chinês, não foi das melhores. É neste local, aliás, que será disputada a final da Copa Africana de Nações, que começa em janeiro.

O jogo

Depois de muitas idas e vindas a bola rolou, ou melhor, tentou rolar no péssimo gramado do Estádio D'Angondjé. Os jogadores brasileiros, mais técnicos, tinham muita dificuldade em se manter de pé. Que o diga o zagueiro David Luiz, que ao tentar travar um adversário na linha de fundo não conseguiu frear e rolou pela pista de atletismo, correndo o risco de sofrer uma contusão.

Logo com 12 minutos o Brasil abriu o placar. Bruno César cruzou, a defesa do Gabão se atrapalhou e Sandro, de sola, fez o gol. A Seleção jogava bem, e conseguia se superar sobre as condições do campo.

O Gabão também assustou em alguns momentos, principalmente em jogadas de velocidade de Aubameyang. Porém todas as chegadas dos africanos pararam nas mãos de Diego Alves, que mostrou enorme segurança e personalidade. Madinda tentou em cobrança de falta e o goleiro espalmou para escanteio. Minutos depois, o abusado Aubameyang iludiu o lateral-direito Fábio e soltou uma bomba. O arqueiro brasileiro, bem colocado, fez a defesa.

O Brasil continuava tocando a bola e chegou ao segundo gol com 34 minutos. Jonas chutou forte, Ebang rebateu para frente e Hernanes pegou o rebote, de cabeça, para ampliar. O meia da Lazio, inclusive, foi o melhor em campo e provou que realmente merece um lugar entre os comandados de Mano.

No segundo tempo as chances continuaram a aparecer com mais frequência para a Seleção Brasileira. Ofensivamente Hernanes, Bruno César, Jonas e Hulk trocaram bons passes e muita afinação. A dupla de ataque teve chances claras de construir uma goleada e não o fez. O Gabão ficava restrito às jogadas de Aubameyang, que mesmo no segundo tempo mantinha a correria e estava longe de apresentar qualquer sinal de cansaço.

Em uma das grandes chances da Seleção, Hernanes começou a jogada. A bola passou por Hulk até chegar em Bruno César. O jogador do Benfica pegou muito bem na bola, mas o goleiro Ebang fez grande defesa.

Com o passar do tempo Mano Menezes foi fazendo alterações no time. Entre os que saíram estavam Bruno César, Jonas e Hulk. A Seleção diminui o ritmo.

O amistoso serviu para o treinador observar e comprovar que tem boas opções ofensivas neste período pré-Copa do Mundo. Mas para descobrir isso não era preciso colocar a Seleção Brasileira para jogar em locais como o Estádio D'Angondjé, em Libreville.

FICHA TÉCNICA:

GABÃO 0 x 2 BRASIL

Local: Estádio D'Angondjé, Libreville (GAB)
Data/hora: 10/11/2011 - 16h (de Brasília)
Árbitro: Victor Hlungwani (AFS)
Auxiliares: Sandile Dilikane (AFS) e Moshidi Johannes (AFS)
Cartões amarelos: Moussono (GAB), Mbanagoye (GAB); Adriano (BRA)
Cartões vermelhos: Não houve.
Gols: Sandro 12'/1ºT (0-1), Hernanes 34'/1ºT (0-2)

GABÃO: Ebang, Moundounga, Ebanega, Manga e Moussono; Palun (Moubamba 33'/2ºT), Biyogho (Mbanagoye 41'/2ºT), Madinda e Moulounghi (Nguema 28'/2ºT); Meyé (Cousin 17'/2ºT) e Aubameyang. Técnico: Gernot Rohr.

BRASIL: Diego Alves, Fábio (Alex Sandro, intervalo), David Luiz, Luisão e Adriano; Elias (Thiago Silva 41'/2ºT), Sandro (Lucas Leiva 12'/2ºT), Hernanes e Bruno César (William 26'/2ºT); Jonas (Dudu 31'/2ºT) e Hulk (Kléber 25'/2ºT). Técnico: Mano Menezes.