GIAASP busca explicação para fechamento de escolas do estado em Patos
A grande repercussão que envolve o fechamento das escolas da rede estadual de ensino em Patos continua levantando dúvidas sobre a decisão. Na tarde desta quinta-feira, dia 29, o Grupo Independente de Análise e Ação Social e Política de Patos – GIAASP reuniu membros da diretoria e foram buscar mais informações da decisão tomada pela Secretaria de Educação do Estado e executada pela 6ª Gerência Regional de Educação. O encontro aconteceu na própria sede da regional e durou cerca de uma hora com debate e exposição de material em slides.
Kacio Rogerio, gerente da 6ª Regional de Ensino, explicou que toda a decisão está dentro do Plano Nacional de Educação – PNE e também dentro do Plano Estadual de Educação – PEE elaborado pelo então secretário de educação da época Neroldo Pontes no governo de Cássio Cunha Lima, e que nenhuma medida tomada foge a regra do plano. “O problema é que existem as normas, existem as condições de funcionamento, as metas a serem cumpridas, mas que ninguém, até agora, teve coragem de colocar em prática. O governo Ricardo Coutinho está tendo coragem de tomar medidas duras, mas acertadas em prol da educação de qualidade em todas as escolas e não só em algumas”, confessou Kacio.
O presidente do GIAASP, Antonio Justiniano – Toni, disse que saiu satisfeito da reunião e do que foi apresentado. Para Toni, o problema é o método de “supetão” que se tomam algumas medidas. “O diretor (Kacio Rogerio) deveria buscar mais os meios de comunicação e a própria comunidade para explicar as decisões que serão tomadas para readequar as escolas em busca da qualidade na educação. Do jeito que foi feito causa essa revolta toda”, relatou Toni, confessando que haverá uma reunião que avaliará o encontro.
“Fechar escolas é sempre uma decisão difícil de ser tomada. Não podemos ter unidades educacionais funcionando da forma que estavam somente para agradar alguns. O que queremos fazer é acabar com os desníveis entre escolas e fazer uma educação de qualidade em todas e não só em umas poucas. No caso do Dom Fernando, a escola estava com pouquíssimos alunos enquanto as vizinhas poderiam receber esses estudantes e nós assim darmos uma condição melhor de estrutura e ensino ao invés de funcionar várias unidades com o rendimento abaixo do esperado, desperdiçando o dinheiro público e sem dar educação de qualidade”, relatou Kacio.
Com relação aos professores e funcionários das escolas que serão desativadas, Kacio confessou que aproveitará em outras unidades, mas alguns serão dispensados. “Vai ser realizado um concurso público agora no início do ano para professores, claro ainda teremos outros para ir preenchendo as vagas. A decisão do Tribunal de Justiça – TJpara a que os contratados sejam dispensados vai ser cumprida, não só no estado, mas também pelas prefeituras. Ou acham que os concursos em várias prefeituras é devido aos prefeitos tomarem essas decisões isoladas? Claro que não. O problema é que quase tudo é motivo para disputas políticas”, finalizou Kacio Rogério.
Foi confirmado para os presentes que a Escola Dom Fernando Gomes vai sediar a 6ª Gerencia Regional de Ensino e um Centro de Treinamento de Professores. Hoje a regional funciona no auditório da Escola Estadual Monsenhor Manuel Vieira – CEPA.
Veja um trecho do relatório que encaminhou a desativação da Escola Dom Fernando Gomes:
‘A Escola está situada entre três outras escolas da rede estadual. São elas: a EEEFM Auzanir Lacerda, que fica a 1 (um) km de distancia da escola, a EEEF Coriolando de Medeiros, que fica a mil e duzentos metros da escola, e a EEEF CAIC Dr Romero Abdon da Nóbrega, que a 1 (um) km de distância.
No ano de 2010, a escola passou a funcionar em 02 turnos por falta de alunos, sendo necessário o remanejamento de alunos do EJA Fundamental da EEEF CAIC Dr. Romero Abdon Nóbrega, como solução para não deixar mais um turno da escola ocioso.
Escola conta hoje com um quadro composto por 26 (vinte e seis) professores sendo 10 (dez) efetivos e 16 (dezesseis) prestadores de serviço, 40 (quarenta) funcionários de apoio sendo 09 (nove) efetivos e 31 (trinta e um) prestadores.
Conforme o Censo Escolar, em 2011, a escola registrou uma matrícula inicial de 487 (quatrocentos e oitenta e sete) alunos, sendo 117 (cento e dezessete) alunos matriculados na segunda fase do ensino fundamental, 142 (cento e quarenta e dois) alunos matriculados no ensino médio, 77 (setenta e sete) alunos matriculados no EJA – Fundamental, e 151 (cento e cinquenta e um) no EJA Médio. Isso considerando-se o Censo inicial, porque, segundo o Censo final, esse número caiu para 396 (trezentos e noventa e seis) alunos. Registrando-se 102 (cento e dois) alunos no Ensino Fundamental, 120 (cento e vinte) no Ensino Médio, e 43 (quarenta e três) no EJA Fundamental, e 131 (cento e trinta e um) no EJA Médio.
Em 2011, a Escola funcionou precariamente nos turnos manhã, tarde e noite, funcionando com 07 (sete) turmas no período da manhã, 02 (duas) no período da tarde, e 09 (nove) no período da noite. A Escola não tem condições de aumentar o número matrículas, apesar das sucessivas campanhas da Escola para conseguir novos alunos, isso acontece porque a Escola concorre com outras escolas da rede estadual para onde se destinam a maior parte dos alunos’.
Fonte: Jozivan Antero – patosonline.com
Postada por Higo de Figueirêdo