Estar preso é uma das experiências que aflige o ser humano. O homem que luta por liberdade ao estar confinado sente o peso das suas reflexões o esmagarem e busca se redimir diante da pena imposta pelos seus erros. Talvez seja isso que se passa pela cabeça de muitos dos mais de 291 apenados que estão no Presídio de Segurança Procurador Romero Nóbrega em Patos. A reportagem esteve no presidio para acompanhar a tentativa de ressocialização através da educação, profissionalização, cultura e arte.

Trabalho Cotidiano:

150 apenados do Presídio Romero Nóbrega trabalham na finalização de bolas da Indústria de Bolas e Chuteiras Carreiro. 120 desses recebem depósitos mensais em suas contas no Fundo de Garantia por Tempo e Serviço – FGTS. Em média cada apenado finaliza por dia 3 bolas tendo rendimento financeiro a cada mês, além de diminuição na sua pena. A cada 3 dias trabalhados, o apenado tem redução de 1 dia no seu tempo de permanência no presídio.

O trabalho em gesso com peças decorativas também é realizado por apenados na finalização de bolas no Presídio em Patos. Com sala específica para a atividade, cerca de 15 apenados se dedicam a arte para ser comercializada por seus parentes que fazem finanças para as famílias e para os próprios encarcerados. Jarros, porta moedas, quadros são os mais comuns fabricados no presídio.

Educação:

Duas salas já estão em fase de conclusão para o início das aulas através do Projeto de Educação para Jovens e Adultos – EJA e também através do Brasil Alfabetizado. A capacidade é para 100 alunos divididos nos turnos manhã e tarde. A cada 12 horas estudadas o apenado-aluno tem redução de 1 hora em sua pena, além de ser totalmente alfabetizado com direito a certificados.

No final de 2011, 32 apenados receberam o Curso de Instalador Hidrossanitário ministrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI. Esse curso foi oferecido com toda a infraestrutura dentro de salas do próprio presídio com direito a certificado de reconhecimento nacional.

O Presídio Procurador Romero Nóbrega também dispõe de sala odontológica onde é realizado atendimento todo sábado. Em média são atendidos 12 apenados. O atendimento médico não está funcionando dentro do presídio por questões burocráticas, mas são realizadas em média 10 escoltas para atendimento nos hospitais ou postos de saúde da cidade de Patos.

Dentro do Presídio os presos também realizam vários serviços como limpeza, cozinha, elétrico, hidráulico e outros. Com isso, além da ressocialização, esses recebem redução nas suas penas.

Material produzido pelos apenados

Fonte: Jozivan Antero – patosonline