O que os olhos não vêem o coração sente sim
O nome dele é Luiz Carlos Vidal Fontes, o nome dela é Silvana Maria de Araújo Lucena. Ela é professora de Educação Especial e faz pedagogia nas Faculdades Integradas de Patos e ele é professor do Fundamental I e também estuda pedagogia na mesma instituição.
Ele é deficiente visual congênito. Em linguagem coloquial: é cego de nascença. Ela nunca teve a visão muito boa e a cegueira parecia inevitável, mas foi antecipada por um erro médico quando tinha 13 anos. O erro médico não a levou à cegueira de imediato, mas foi lhe provocando problemas cada vez mais acentuados na visão até o “apagão” definitivo.
Eles são casados há pouco mais de um ano e brincam dizendo que “um só tem olhos para o outro”. “Um deficiente visual se apaixona pela forma como é tratado (a), pela voz, pela atenção, pelo tato”, diz Luiz Carlos, no que é corroborado por Silvana, que ainda completa: “a gente se apaixona pelas qualidades da pessoa e não pelo físico que a gente não vê, embora sinta”.
Silvana já foi presidente da Associação de Cegos e de Visão Sub-normal de Patos, uma instituição que já existiu em Patos e que se encontra esquecida por falta de apoios. “Temos livros em Braille na Biblioteca Municipal, alguns conseguidos pela secretaria Executiva de Cultura, e é lá que os deficientes visuais de Patos se reúnem. É o lugar que temos para interagir”, diz Silvana.
Luiz Carlos é torcedor apaixonado pelo Vasco da Gama e também torce pelo Nacional de Patos, inclusive assiste a todos os jogos do “canário do sertão” no José Cavalcanti. “Para mim ele se tornou um torcedor símbolo do Nacional, pela força de vontade e o amor que demonstra pelo clube”, diz o presidente do clube, João Grillo.
Luiz Carlos e Silvana não deixam de participar dos eventos que ocorrem em Patos, circulam pela cidade, lutam pelo respeito das pessoas. “Não pedimos muito, apenas que compreendam que temos uma deficiência e nos respeitem”, diz o casal.
Fonte: Wandecy Medeiros – wandecymedeiros@gmail.com
Postada por Higo de Figueirêdo