No ano em que o Esporte de Patos comemora 60 anos de fundação, e que pretendia fazer uma “grande festa” para comemorar a data, o clube vive uma de suas piores crises da história. Nesta quarta-feira, o problema chegou ao seu ápice. Com os salários atrasados (alguns jogadores ainda não receberam nenhum salário este ano), os jogadores resolveram fazer greve. Não treinaram ao longo da semana e para o jogo desta noite contra o Auto Esporte, em João Pessoa, apenas 10 jogadores aceitaram viajar com a delegação. A solução foi promover as pressas cinco jogadores das categorias de base para viajar com o time, que ainda assim vai para a capital com apenas 15 atletas.

Na verdade, o time deveria viajar na noite desta terça-feira para João Pessoa, já que as duas cidades estão separadas por 305 km. Mas na hora prevista, os jogadores não apareceram. Assim, uma reunião de emergência foi marcada para às 8h de hoje, para tentar convencer o elenco de 25 jogadores a viajar. Mas 15 deles permaneceram irredutíveis.

O time pegou a estrada por volta de 12h e deve chegar em João Pessoa perto das 17h, para entrar em campo às 20h15 no Estádio Almeidão contra o Auto Esporte. Em nono lugar, o time de Patos está atualmente na zona de rebaixamento, e enfrenta o oitavo colocado. O problema acontece, portanto, justamente num confronto direto para saber quem não cai.

Um dos que abandonou o time foi o veterano atacante Edmundo, ídolo nos principais clubes da Paraíba e que tinha abandonado a aposentadoria justamente para ser “a grande estrela do Esporte” no ano em que o clube completa 60 anos. Sem receber salário, Edmundo abandonou o clube, disse que retornou à aposentadoria e já deixou a cidade.

O treinador Luiz Henrique não gostou nenhum pouco da decisão dos seus jogadores, mas avisou que vai a campo com o que tem.

- Estamos viajando com a gurizada. É uma pena que isto tenha acontecido. É uma dificuldade a mais. Infelizmente os jogadores não entenderam que só trabalhando é que temos como sair desta situação. Os jogadores são profissionais e deveriam cumprir seus papeis – lamentou.

Ele comemora pelo menos o fato dos dois goleiros terem viajado com o time. Mas o Esporte vem apenas com um zagueiro e um volante. O resto é dividido entre meias e atacantes.

Indignados, os diretores do clube prometem uma “punição exemplar” contra os jogadores que não viajaram com o elenco para a partida na capital paraibana.

- Não queremos pensar neste momento nisto. O foco agora está no jogo, mas quando voltarmos para Patos vamos tomar uma decisão definitiva. Todos os jogadores que não viajaram terão seus contratos rescindidos – declarou Francisco Adriano, um dos integrantes da Junta Governativa que atualmente dirige o clube sertanejo.

Fonte: GE/Paraiba