A Copa do Brasil passará a ter 86 clubes a partir do ano que vem, de acordo com anúncio feito na sexta-feira pela CBF. Dos 22 vagas abertas na competição (esse ano foram 64 clubes na disputa), 16 delas serão preenchidas através dos campeonatos estaduais - as outras seis são destinadas aos times brasileiros que disputarão a Taça Libertadores de 2013.

O critério adotado pela CBF foi baseado no ranking. Assim, 14 federações ganharão novas vagas no torneio nacional. A Federação Paraibana de Futebol (FPF) está na 16ª posição no ranking da CBF e por isso não foi agraciada com nenhuma vaga.

Os dirigentes paraibanos lamentaram a postura da CBF. Para eles, essa decisão acaba criando um abismo ainda maior entre as principais federações do país e as menores.

- Acho que a CBF poderia ter escolhido um critério mais democrático. Sei que existe um critério técnico na decisão, mas ainda assim poderia haver uma outra solução que contemplasse as federações menores - disse Fábio Azevedo, presidente do Treze.

Para Aldeone Abrantes, presidente licenciado do Sousa, o critério adotado pela CBF na distribuição de vagas na Copa do Brasil é mais uma tentativa de "cartelizar" o futebol brasileiro. Ele aproveitou, inclusive, para criticar a postura da entidade em relação às séries C e D.

- Veja o que está acontecendo. As séries C e D estão paradas e a gente não vê nenhuma posição oficial por parte da CBF. Ela parece que só se interessa com séries A e B. Esse pensamento vale também para a Copa do Brasil. A CBF tem uma tendência de elitizar cada vez mais o futebol brasileiro - acusou Aldeone.

Já Nelson Lira, presidente do Botafogo, vai ainda mais além. Ele defende uma profunda reformulação no futebol brasileiro, extinguindo a Copa do Brasil.

- Do jeito que está a Copa do Brasil não é rentável para um clube pequeno ou médio. Não dá para se contentar em jogar uma ou duas partidas na competição. É preciso que a CBF reveja o futebol brasileiro. Não dá para fazer uma primeira divisão apenas com 20 clubes - disse Nelson, sugerindo uma competição com 40 clubes, como acontecia na década de 80, com os participantes sendo definidos através dos torneios regionais.

Na contra-mão dos clubes está a presidente da FPF, Rosilene Gomes.Ela defendeu os critérios adotados pela CBF e sugeriu que os clubes não têm do que reclamar.

- A escolha foi feita pelo ranking nacional e não foi só a Paraíba que deixou de ganhar vagas. Se os clubes não fizeram por onde, não tem como a Federação Paraibana pleitear alguma coisa na CBF - avisou Rosilene, lembrando que o ranking de federações é um somatório dos pontos acumulados pelos clubes do estado em competições nacionais.

Copa Paraíba define segundo representante
Na Paraíba, apenas o Campinense tem vaga assegurada na Copa do Brasil de 2013. A outra vaga será destinada ao campeão da Copa Paraíba, competição programada para o segundo semestre, provavelmente com times sub-23.

Os presidentes de Botafogo, Treze e Sousa já confirmaram a participação de seus times na Copinha, que no ano passado foi vencida pelo Auto Esporte.

Fonte: GE/Paraiba