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Esquema na entrega de casas populares em Patos tem prejudicado quem de fato precisa

09/07/2012 às 12:07

O caso da senhora Luciana Ferreira, 41 anos, mãe solteira de três filhos, residente na Quadra A, lote 25 no Conjunto Geralda Medeiros, pode ser comparado aos inúmeros casos que foram denunciados ao Ministério Público em busca de solução para reparar uma injustiça. Luciana mora de favor em uma das casas que foi parar na mão de quem não precisa de moradia. Agora o “dono” da casa a quer de volta e busca na justiça ordem de despejo para Luciana e seus três filhos.

Vivendo de bico através de faxinas em residências, de contribuição de pessoas da Igreja, Luciana é mais uma vítima da política de moradia em Patos. Desde o ano passado, o filho mais velho de Luciana foi morar na residência de amigos da família na Rua Titico Gomes, Bairro Belo Horizonte, em Patos, por não haver condições de estar com sua mãe devido à falta de recursos em casa.

Dona Luciana não foi contemplada com moradia através dos programas sociais dos governos, apesar de se encaixar perfeitamente nos requisitos para receber. O dono da casa, ao contrário de Luciana, recebeu a moradia popular devido à aproximação com políticos influentes na distribuição de casas. Como o “dono” não precisava de residência emprestou para que Luciana morasse temporariamente até que ele desejasse ter de volta a casa. Passados quase três anos, o “dono” volta e pede na justiça que Luciana seja despejada.

Assistentes Sociais da Companhia Estadual de Habitação Popular – CEHAP tomaram ciência do caso e comprovaram que quem de fato precisa da casa é Luciana e seus filhos, mas todos os documentos estão em nome do cidadão que foi contemplado com a casa. O caso agora está na justiça. O receio de Luciana é de que ela seja expulsa da residência com seus filhos passando a engrossar a fila dos sem-teto.

Moradores residentes nos Conjuntos Populares têm relatado casos de pessoas que receberam casas, mas que logo após venderam, negociaram, trocaram por automóveis ou outras formas de fazer negociação com casas que não podem ser comercializadas.

O caso relatado é semelhante a outros inúmeros denunciados junto ao Ministério Público. Enquanto quem não precisa de moradia popular recebeu generosamente casas, outros, como Dona Luciana, enfrentam dificuldades para moradia indo constituir favelas na cidade de Patos e no país.

 

 

Fonte: PatosOnline.com

Postada por Higo de Figueirêdo

 

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